domingo, julho 22, 2012

Ele tem um jeito...



Ele tem um jeito de rir que assusta,
Uma cegueira clara que confunde o ser e o estar das coisas.
Ele tem um jeito de falar que ofende,
Um convalescer de ditos e farpas frias que o tempo não põe a prova.

Ele tem um jeito de dizer que não diz,
Um esgar de sonho e sentimento seco em relevância.
Ele tem um jeito de fazer que desfaz,
Um desconstruir constante de saber viver de consciência.

Ele tem um jeito de olhar que aprisiona,
Um chorar sem cor de sombras tristes de agonia.
Ele tem um jeito de sentir que é frio,
Um sofrer sem dor de lucidez e alma à revelia.

Ele tem um jeito que, não sei...
Um querer de algoz em franco encantamento.
Ele tem um jeito de pedir que é fátuo,
Uma necessidade de poder prover sem ser provido.

Ele tem um jeito que de jeito algum se faz sentido,
Um entrecortar de juras e premissas desvalidas.
Ele tem um jeito de sofrer que só matando,
Um circunlóquio de direito pronto e cercania.

Mas ele tem a ele...



2 comentários:

Fatima Cristina disse...

Eu reconheci vários "eles" nesse seu "Ele".
Bonito texto.
Beijos

Unknown disse...

Obrigado Fatinha!
"Ele" invadiu minha cabeça ontem derrubando a porta! Tive que tirar esse instantâneo literário.
Beijos,